Procedimentos cirúrgicos que causam dor

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Principais procedimentos cirúrgicos que podem causar dor aguda ou crônica pós operatória

Você sabia que avaliação pré operatória e a utilização de algumas medicações assim como alguns tipos que anestesia podem reduzir a chance de ter dor pós operatória?

Alguns procedimentos cirúrgicos abaixo listados tem uma prevalência maior de dor pós operatória imediata e crônica, mas que devem ser prontamente tratados.

  1. Amputação – Dor Fantasma, dor no coto amputado
  2. Artroplastias – Prótese de quadril, joelho
  3. Cirurgia abdominal – Cesárea, colecistectomia (vesícula), herniorrafia inguinal, histerectomia (retirada útero), prostatectomia (retirada próstata)
  4. Cirurgia em Tórax – Esternotomia e toracotomias acesso em cirurgias cardíacas e pulmonares
  5. Cirurgia em mamas – Mastectomia com esvaziamento axilar
  6. Cirurgia de hérnia discal lombar

Dor Crônica Pós-operatória

A dor crônica pós-operatória (DCPO) tem sido foco de diversas investigações nos últimos anos, contribui para solucionar questões ainda incertas sobre o tema, como os possíveis mecanismos de evolução da dor aguda para DCPO. No entanto, ainda há poucos dados consistentes na literatura, de modo que este artigo se propõe a traçar um panorama da bibliografia atual disponível.

Em geral, as opções terapêuticas para a melhoria global da DCPO ainda não estão definidas, o que facilita a ocorrência de incapacidade e da interferência direta na qualidade de vida dos pacientes acometidos.

A DCPO tem sido descrita para uma série de doenças de duração variada, caracterizada, principalmente, por uma falta de compreensão dos fatores que iniciaram ou mantiveram seu desenvolvimento. Sabe-se que tais fatores envolvidos nesse processo de cronificação podem ser biológicos, psicológicos e sociais

Definição:

A dor crônica persistente pós-operatória (DCPO) é aquela que se mantém por dois meses ou mais após o ato cirúrgico, quando se excluem quaisquer outras causas de dor, como câncer ou infecção crônica.

No período pós-operatório imediato, a ativação direta de nociceptores, a inflamação e a possível lesão de estruturas nervosas provocam, do ponto de vista clínico, dor em repouso ou incidental no local da cirurgia e em região próxima. Há dor evocada pelo toque da ferida cirúrgica, pelo movimento, pela respiração, tosse ou atividade gastrintestinal.

Também, se ocorre efetivo dano nervoso, um componente neuropático pode se desenvolver imediatamente após a operação e persistir na ausência de estímulo periférico nociceptivo ou inflamatório.

Desse modo, definir dor neuropática é essencial para elaborar estratégias de prevenção e tratamento da dor crônica persistente. Em geral, existem sinais de lesão de nervo, especialmente após herniorrafias, mastectomias, toracotomias e osteotomias mandibulares. É importante entender que a DCPO é iniciada por um evento e mantida independentemente do que a causou. A dor crônica persistente após cirurgia tem sido o principal fator que interfere no retorno do indivíduo as atividades da vida diária e afeta, assim, sua capacidade e produtividade.

Incidência:

Embora pouco documentada na literatura, a incidência de DCPO é muito variável e ocorre tanto após operações de grande complexidade quanto após cirurgias mais simples. Entre 5% e 80% dos pacientes evoluem para dor crônica após procedimentos cirúrgicos, principalmente naqueles que provocam lesões nervosas.

A incidência após amputação de membro é de 30% a 81%; após toracotomia e hérnia inguinal, de 11,5% a 47%; após colecistectomia, de 3% a 56% após operação de mama, de 10% a 50%;7 após vasectomia, de 15%;8 após cesárea, de 6% a 18% e após parto normal, de 4% a 10%.9

Essa grande variação na incidência pode estar associada às diversas definições usadas para DCPO nos diversos estudos. Neste estudo, consideramos a definição de Macrae, DCPO é aquela que ocorre após procedimento cirúrgico, com pelo menos dois meses de duração, e não está relacionada com a dor pré-existente ao problema e sem outras etiologias definidas. Outras causas para tal variabilidade são a avaliação e interpretação dos tipos de síndromes dolorosas encontrados e os diversos desenhos de estudos.

Mecanismos da dor crônica persistente pós-operatória

Os mecanismos da dor crônica pós-operatória são complexos e não totalmente compreendidos. Diferentes mecanismos são responsáveis por diferentes síndromes dolorosas, mesmo em um único tipo de cirurgia.

O estímulo cirúrgico e o trauma tissular que decorre da incisão provocam reação inflamatória pós-operatória que cessa somente com a cicatrização final, facilita, desse modo, o processo de neuroplasticidade e a consequente mudança na excitabilidade da membrana neuronal. Além disso, há uma possível redução dos mecanismos inibitórios centrais e aumento da eficácia sináptica excitatória.

Durante sua avaliação pré anestésica converse com seu anestesista, esclareça todas suas dúvidas sobre ato anestésico e analgesia. Consulte também seu cirurgião se caso a dor for persistente. A medicina intervencionista em dor lança mão de técnicas para alivio e tratamento de dor pós operatória crônica.

Para mais dúvidas, acesse nosso Instagram @clinica.tom e entre em contato com nossa equipe.

Dra Lígia Toledo, Médica desde 2010, fromada pela Universidade Camilo Castelo Branco, com residência médica em anestesiologia e terapia da Dor pelo centro de Ensino e Pesquisa do Hospital Vera Cruz. Mestre pela UNIFESP e pós graduanda em Cuidados Paliativos Centro de Ensino Hospital Israelita Albert Einsten.

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